Série -Profissão Artesã: I I – ALGUNS SEGREDOS

Eliana mostra a vida real

Expõe o que separa uma artesã de uma “Mega Artesã”

Hoje a conversa é com a artesã Eliana Conceição da Silva.

A Eliana mora em São Paulo e é artesã há 28 anos, montou um Aeliê e vende as peças que ela mesmo produz. Começa as 8:00h e vai até as 17:00h, o compromisso é com as alunas das turmas de, biscuit, crochê, feltro e bonecas de tecido. Depois das aulas, ela segue produzindo os amigurumis e as peças que vende em seu Ateliê.

“Sábado e domingo… descanso….

Trabalhei muito.

Agora não mais!

…tem que viver um pouco”

Confira algumas fofuras da Tia Eliana:

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Já fez PAP (passo a passo) de receitas para revistas semanais especializadas. Foram 43 publicações.

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Primeiramente Eliana diz qual a é principal vantagem de ser uma profissional do artesanato:

Perguntei para Eliana, se valeu a pena largar o emprego fixo para ter como atividade principal a profissão de artesã.

Ela explicou que

“Nas revistas eu não ganhava nada, apenas a propaganda do meu trabalho.

Vou para as feiras de artesanato e até hoje me reconhecem por causa das revistas. Pergunto se compraram a revista ,respondem que sim. Pergunto se compraram alguma peça no meu ateliê, respondem que não.

Aqui em São Paulo, (em outros locais pode ser diferente), uma pessoa vive mal com R$ 1.500,00. Consegue apenas pagar as contas da casa , se não morar de aluguel.

Meu maior medo é quando vejo na internet as meninas dizerem que dá prá viver de artesanato. Ficam incentivando a largar serviço, largar um emprego remunerado pela CLT prá fazer artesanato. Na verdade a gente que faz artesanato sabe que não dá prá viver só disso. Não dá para produzir em uma escala muito grande. Sempre falo isso para as meninas: artesanato dá para complementar uma renda , dá até para “sobreviver” só dele. Mas “viver” de artesanato, comprar carro, pagar escola de filho, ter convênio médico, pagar prestação de uma casa, um aluguel, não dá. Pareço cética. Mas é a realidade”.

Eliana, sabemos de algumas profissionais artesãs que conseguem “viver” apenas do artesanato. Na sua opinião, por que algumas conseguem e outras não?

“para uma pessoa ter o sonho dourado com o artesanato ela tem que ter dinheiro para investir em um ateliê a nível de empresa, com vários materiais para vender, como linhas, máquinas, peças suas e até de outras artesãs.

Tem que vender apostilas, cursos e investir em propaganda. Ou seja, fazer se ver.

Por exemplo, no mundo do amigurumi, as apostilas e cursos vendem muito mais do que as bonecas.

Eu trabalhei muito. .tentei revista, participei das mesas artesanais… Dava aulas em lojas…. Trabalhava muito. Mas sempre pouco valorizada

Mas as pessoas estão sempre atrás de novidades. Estar no topo e difícil e na minha época não tinha internet. Hoje você tem que ter uma disponibilidade de tempo para ficar nas redes ou ter alguém que fique por você

A concorrência é muito grande. Está muito mais difícil”